sábado, 29 de dezembro de 2007

You go your way, I'll go back to where I came from

Já aqui tinha abordado esta temática, embora com um título ligeiramente diferente, mais optimista, a apelar à total abnegação em prol do outro, da pessoa que nos complementa, ao lado de quem queremos passar todos os minutos possíveis e imaginários - chegamos mesmo a inventar pretextos para prolongar uns minutos que, por mais fugazes que possam ser, nos enchem de uma alegria imensa e de uma plenitude inigualável.
A segunda parte da frase que hoje vos coloco invoca uma realidade que já antes havia focado nesse texto a roçar o optimismo, a experança de um mundo em que a abnegação poderá conduzir à felicidade. Dizia-vos, na altura, que, quando o outro deixa de achar a nossa companhia essencial e deseja seguir em frente sozinho ou com outra companhia que, na altura, lhe parece ideal, aquele que fica para trás não sabe que caminho deve tomar. Terá, por vezes, abdicado de determinados hábitos ou rituais que talvez lhe fossem benéficos para se entregar, de corpo e alma, ao caminho que o outro segue.
E agora, que o outro deseja abdicar da companhia que o empurrou durante algum tempo, que fazemos nós? Ficamos como que suspensos no ar, sem saber qual o caminho a tomar, sem saber como travar o rio salgado que de nós emana em jorros e parece não ter fim. Ficamos como múmias em que as ligaduras servem para segurar os destroços que a granada do adeus lançou um pouco por toda a parte e que nós queremos voltar a juntar, peça por peça, mas que requer uma grande perícia e, por vezes, há algo que fica de fora.
Olhamos em frente e tudo nos traz recordações do caminho a dois, cada canto esconde uma história, cada gesto que façamos invoca um momento vivido em conjunto, um plano para o caminho que ambicionávamos percorrer.
O outro segue o seu caminho e nós que fazemos? Depois de não existir mais água salgada em nós (será que esse dia existe?) voltamos para o lugar de onde viemos, mais vazios, mais tristes, menos confiantes e terrivelmente magoados, mas, acima de tudo SOZINHOS.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Beowulf

Muito antes de ser um jogo de computador (como alguém me disse que era a base deste filme), Beowulf foi a primeira epopeia a ser escrita em língua inglesa - aquela língua inglesa que ninguém consegue ler, o "Old English" que os estudantes de linguística têm de saber decifrar. Além disso, aqueles que não se limitaram a ver o Senhor dos Anéis nas salas de cinema ou no conforto do sofá e leram o filme e pesquisaram sobre o seu autor, o mundo que descreve e todo o universo envolvente, sabem também que uma das fontes de inspiração de J.R.R. Tolkien terá sido esta epopeia antiga que descreve a vida de um destruidor de demónios que acaba por sucumbir à fraqueza da carne e do ao desejo de grandiosidade.
Foi com isso na mente (e desconhecendo o tal jogo de computador) que fui ver este filme. Sabendo previamente que se tratava de uma película em 3D e que o Alvaláxia - perdão, Lusomundo Alvalade - o tinha nesta vertente, qual não foi o meu espanto ao pedirem-me mais 1,50 euros de "taxa de 3D". Mas pronto, lá fui...
As personagens, apesar de feitas por computador, possuem todas as características dos actores que lhes dão voz, nomeadamente Anthony Hopkins, Angelina Jolie e John Malkovich, entre outros. Os efeitos 3D que nos chamam muito a atenção no início do filme, passado algum tempo começam a atenuar-se, a desmembrar-se. A história arrasta-se e teria ficado resolvida em metade do tempo, digo eu. Gostei, mas não amei.
Sinceramente, acho que ainda não estou preparada para o mundo 3D, principalmente se tiver de pagar mais 1,50 por cada filme!
***

Uma nota final sobre o novo Lusomundo Alvalade: Acho que a comunidade cinéfila só ficou a perder com esta troca, apesar do aparecimento de uma sala Bollywood. Os filmes independentes que ainda passavam no Alvaláxia foram totalmente substituídos pelos blockbusters da Lusomundo e, infelizmente, os filmes independentes ficaram restritos aos cinemas Medeia e um ou outro nos UCI. É lamentável...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Pensa Abelhês!

Na passada quinta-feira, a convite da RFM, tive a oportunidade de assistir à ante-estreia vip da versão dobrada em português do novo filme dos criadores de Shrek e Madagáscar. Trata-de de A História de uma Abelha, no original Bee World.
Ante-estreia vip é um simples nome pomposo para dizer que lá estavam os actores que dão voz aos bonecos em português, assim como vários outros nomes bem conhecidos da televisão e das revistas cor-de-rosa e não só. Tratando-se de um filme de animação, é claro que todos eles se faziam acompanhar de filhos, sobrinhos, afilhados, netos e afins. Eu, que deste leque só conto os sobrinhos e os sobrinhos "emprestados", não podendo contar com nenhum deles para me acompanhar ao evento, lá arrastei uma amiga do meu tamanho e lá nos intrusámos no meio de tão excelsa companhia. Isto tudo para explicar o meu aparecimento numa ou noutra revista da especialidade e para que não vos questioneis se terei virado condessa, socialite ou emplastro:)

Mas passemos ao filme propriamente dito e à sua versão portuguesa. Pois que a história é agradável e nos proporciona algumas boas gargalhadas (humor inteligente, na minha modesta opinião inacessível a crianças de 3, 4, 5 anos a quem todos parecem achar que os filmes de animação estão destinados...)
Barry é a "ovelha negra" da colmeia, o inadaptado, que não quer passar o resto da sua vida de abelha a fazer sempre o mesmo serviço na produção de mel e que deseja ver o mundo lá fora, apesar de todos os perigos que o aguardam ao ar livre, como é o caso de uma mera gota de chuva... Por uma questão de sorte, consegue sair da colmeia acompanhado pelo esquadrão do pólen e, por uma questão de azar, acaba por conhecer Vanessa, uma florista humana que o salva de uma morte certa. Por uma questão de gratidão os dois ficam amigos e, por uma questão de acaso, Barry descobre que os humanos escravizam as abelhas, roubando-lhes o mel que tanto trabalho têm a produzir. É aí que começa a verdadeira aventura de Barry no mundo dos humanos, onde o abelha de camisola às riscas travará uma luta para mudar o destino da colmeia e de todas as abelhas do mundo... E mais não conto, porque estaria a estragar o filme.
Na versão nacional, Nuno Markl é Barry e Sónia Tavares, a vocalista dos "The Gift", tem uma participação especial em que, apesar de não cantar, promete encantar.
A História de uma Abelha poder-se-ia passar no seu quintal, no jardim defronte da sua casa ou até mesmo naquele matagal por onde passa a caminho do trabalho. É a história de uma abelha como outra qualquer que luta para sobreviver aos insecticidas, às revistas dobradas e às fortes chuvadas. É a história de uma amizade pouco provável que acaba por dar frutos. É um filme que nos mostra uma (possível) perspectiva do mundo visto através dos olhos de uma inocente abelhinha que pensa tudo, menos abelhês!
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A Outra Margem

Há filmes que não nos dizem nada, filmes que nos são indiferentes, filmes de que gostamos e filmes que nos tocam no mais íntimo do nosso ser. A Outra Margem insere-se nesta última categoria.
Em primeiro lugar, porque despertou em mim memórias da minha infância. Na vila onde a acção decorre, à semelhança do que acontece na vila onde nasci, também se cria o porco e se cultivam as hortaliças para consumo próprio. Além disso, aquele cavalo de madeira era igual a um que eu tinha e ao qual fiz questão de cortar a crina (que querem, aquilo de ter um cavalo louro complicava-me as ideias - ficou com um look muito mais sóbrio!).
Depois, há o facto de contar a história de um homossexual travesti que perde o namorado para a morte, sendo que, ele próprio, a tenta encontrar posteriormente. Mais um tema que me interessa e me levou a ver o filme.
Por fim, temos o sobrinho, o "Vasco", que é portador de trissomia 21 e tem o sonho de ser actor de teatro. Não estou muito familizarizada com esta doença, mas ultimamente tem vindo ao meu encontro de várias maneiras. A última foi através do livro "O Códex 632", onde aprendi, finalmente, as causas da doença (não que até então me tivesse dedicado ao assunto). O actor, Tomás Almeida, foi galardoado, e muito bem, na minha opinião, com o Prémio de Melhor Actor no Festival de Montréal, no Canadá, prémio partilhado com Filipe Duarte, que dá vida a Ricardo, o tio.
Há momentos em que rimos, momentos em que choramos, momentos em que nos entregamos àquela história que mexe connosco, partilhando das mesmas emoções dos actores, sentindo a alegria de viver de Vasco e a tristeza e desorientação de Ricardo, a confusão inicial da irmã, o rancor do pai, o desespero da noiva abandonada...
A Outra Margem é um filme sobre pontes. Pontes que existem, mas que, por vezes, não ousamos atravessar. Pontes que nos unem a um lado onde, por vezes, não queremos chegar por medo, preconceito, vergonha. Pontes que podem fazer a diferença num mundo com tantas margens de difícil acesso.
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Cate Blanchett

Confesso e reconheço que não gosto desta senhora. Acho que o meu "ódio" de estimação vem do papel que lhe foi atribuído na trilogia "O Senhor dos Anéis", como a elfa Galadriel. Basicamente porque, na minha imaginação, Galadriel é uma personagem terrivelmente bela, o que, na minha opinião, não transparece com esta actriz.
Hoje, contudo, vi esta minha forte convicção abalada, depois de ter assistido a "Elizabeth - A Idade do Ouro". Pois que estou capaz de dar um Oscar de Melhor Actriz à senhora, mesmo sem passar pela fase das nomeações. Pois que me encantou a força que a actriz imprime à personagem e que já transparecera aquando do primeiro filme (que parecia ter sido apagado da minha memória, depois da grande decepção que foi enquanto Galadriel). Pois que gostei do filme e que recomendo.
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domingo, 28 de outubro de 2007

Um Sucesso!

Com cerca de 20 participantes, divididos entre 4 equipas de 4-5 elementos, o Peddy-Paper da AV foi um sucesso!
Sem penalizações nem bonificações, todas as equipas chegaram dentro do tempo regulamentar de 1h00-1h30 e os pontos situaram-se entre os 525 e os 615 pontos, de 675 possíveis. Todos levaram para casa a respectiva medalha e os primeiros classificados receberam ainda uma espantosa t-shirt com o maravilhoso logótipo da prova estampado nas costas.
Depois da prova, os bolinhos e os salgadinhos souberam a ginjas e aqui a menina diz que vai nadar com os golfinhos numa data (ainda) indefinida:D
Obrigada a todos!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Foi ontem... É já amanhã

Dando continuação ao que as más línguas disseram sobre a minha falta de tempo nos últimos dias, confirma-se que é já amanhã o grande dia do maravilhoso Peddy-Paper da AV, de forma a comemorar o extraordinário aniversário desta vossa humilde serva, que, por sua vez, foi ontem...

Adivinham-se momentos de grande diversão!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Em Falta...

Sei que estou em falta.
Em falta de escrita, em falta de comentários, em falta de publicações, em falta de notícias.
Não morri. Continuo vivinha e a respirar. Até respiro melhor porque tenho feito jogging de manhãzinha e já aguento muito mais tempo.
A praia já lá vai, apesar de o tempo continuar apetecível. A vontade de escrever e o tempo para o fazer têm sido praticamente nulos. Daí a minha ausência. Apesar de estar em falta, não há muito a dizer... Vivo, é o essencial:)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

You go your way, I'll go your way too

Acabei de ler esta frase num dos blogs que acabo de visitar. O autor dizia que alguém lha tinha dito para resumir aquilo que é o amor, por oposição a sexo, comodismo, e tantos outros -ismos...

Eu gosto da frase. Resume uma entrega, uma abnegação em prol do outro, uma vontade de tudo fazer para que o outro se sinta bem na nossa companhia. Trata-se, contudo, de uma auto-anulação que nem sempre resulta no melhor dos finais. Quantas vezes abdicamos de coisas, pessoas, situações que nos fazem bem, felizes e nos dão satisfação e segurança para seguir o "caminho" do outro? Quantas vezes suprimimos os nossos desejos e vontades para ir de encontro ao gosto do outro? Quantas vezes nos anulamos enquanto pessoas para nos revermos enquanto relação?

E o que acontece depois, no momento em que o outro chega à brilhante conclusão de que o caminho dele não suporta uma segunda pessoa, e que, a suportá-la, será outra pessoa que não nós? Por que artes mágicas conseguiremos reaver a parte de nós que desapareceu no momento em que nos entregámos de alma e coração ao caminho que o outro percorre? De que passe de magia precisamos para reconquistar coisas, pessoas e situações que deixámos escapar por entre os dedos?

Deixo-vos com esta, embora também eu seja uma eterna iludida...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Agosto

Eu gosto de estar na cidade em Agosto.
Pode parecer tonteria, mas gosto da "falta" de gente, de andar à vontade na estrada (agora que tenho um carro nas mãos isso adquire uma importância muito maior...), de sentir o fresquinho da minha casa ao voltar do calor tórrido da rua (não dos últimos dias, que tem estado mais fresquito), de trabalhar quando os outros estão de férias e depois tirar uns dias mais calmos em Setembro ou Outubro (este ano não sei se os tirarei efectivamente, mas tenciono continuar a aproveitar o Verão).
A verdade é que, com metade do país e da classe trabalhadora de férias, o trabalho aumenta e aqueles que, como eu, ganham ao trabalho, não se podem dar ao luxo de deixar passar essa oportunidade de ganhar mais umas coroas, até porque as despesas aumentam a cada dia que passa. Não me queixo. Tenho trabalhado muito, mas tenho encontrado umas horitas para ir à praia de manhã, para ir ao cinema de vez em quando e para ler.
Hoje estou de "folga". É uma sensação estranha, depois de todo o stress dos últimos dias. Tenho a sensação de que sou uma workaholic, pois quando não tenho o que fazer sinto-me perdida. Apesar de poder e dever arrumar a casa, não é isso que me fascina e a motivação não é lá grande coisa. Enfim...
Fazendo uma pequena revisão às últimas novidades, eis uns pequenos apontamentos sobre o que tenho visto, ouvido e lido:

Paranóia
"Um assassino é sempre vizinho de alguém"
Condenado a dois meses de prisão domiciliária por ter agredido um professor, o jovem protagonista desta história decide vigiar a vida quotidiana dos seus vizinhos de modo a passar o tempo. Um dos vizinhos levanta-lhe suspeitas e, com a ajuda do melhor amigo e de uma nova vizinha por quem se apaixona, decide ingressar numa verdadeira perseguição e investigação policial.
Não é extremamente surpreendente, mas está bem conseguido e não é pretencioso.
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300
Este fui ver ao estádio do INATEL, à festa do cinema. Já ando para lá ir há mais de 3 anos, mas este ano foi a primeira vez que o concretizei efectivamente.
O espaço é agradável, os preços são acessíveis e a selecção de filmes, apesar de se basear quase exclusivamente em blockbusters, não esteve mal de todo.
Quanto ao filme em si, sendo uma película baseada numa banda desenhada, tem um estilo muito próprio e ou se ama, ou se odeia. Eu gostei. Não sou susceptível à violência e tem um humor interessante. Giro giro é ver a caracterização do Rodrigo Santoro, que não tem mais sítio onde enfiar argolas...
Uma nota para aqueles que levam os filhos ao cinema sem se informarem daquilo que vão ver: à minha frente estava um casa com um miúdo que não tinha mais de oito anos e que, nas cenas mais violentas, tirava os óculos (de fundo de garrafão) e enfiava a cara no colo da mãe. Era evidente que nem o miúdo as queria ver, nem os pais queriam que ele visse este tipo de cenas. Mas então por que razão levaram um miúdo de 8 anos para um filme classificado para maiores de 16????
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Ratatui
Mais um filme com o selo de qualidade dos estúdios da Pixar. E falamos efectivamente de qualidade, pela história, pelas imagens, pela dobragem...
Um rato com um apurado olfacto tem o sonho de ser um grande chefe cozinheiro, mas o problema está precisamente aí: é um rato!!! Depois de muitas aventuras e desventuras, arranja a marioneta perfeita para fazer os seus cozinhados e torna-se naquilo que sempre sonhou...
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Codex 632
Já o andava a ler antes, mas interrompi para devorar o Harry Potter. Agora que pude voltar a ele, já o acabei e fiquei extasiada. Uma história de ficção, bem certo, mas com uma grande pesquisa por trás e muita, mas muita imaginação a pimentá-la. A minha única dúvida reside em saber onde o autor vai arranjar tempo para a pesquisa e para a escrita com o trabalho de pivot do telejornal e de professor de jornalismo na Universidade Nova de Lisboa... Terá ele um daqueles intrumentos fantásticos que existem nos livros do Harry Potter e fazem com que o tempo volte para trás, dando-nos a possibilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo? Se assim é, também quero...
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E agora um registo mais ligeiro...
Eu gosto de rádio. Tenho CD's, mas ouço muito pouco, prefiro ouvir a voz de alguém de vez em quando a dizer seja o que for. Como tal, ouço muita música comercial e não tenho vergonha disso. Eu gosto de música comercial, dependendo da música, claro. Neste momento, tou apaixonada pela tripla Timberland, Justin Timberlake e Nelly Furtado. Ele é ver-me a pular na cadeira ou no carro de cada vez que a música começa!!!

E por agora chega, que já tá longo...
É o que dá ficar tanto tempo sem escrever:)

domingo, 5 de agosto de 2007

Harry Potter and the Deathly Hallows #2

Pois que já está...
Acabei a leitura na sexta, numa ânsia por saber o fim e depois de ter lido umas coisitas que diziam que o epílogo era mauzito. De facto, o epílogo sabe-nos a coisa reles, mas acho que é um mal menor no meio de tanta boa leitura que nos foi proporcionada até ali.
Confesso que não sabia muito bem o que esperar do final, até porque já por aí se dizia que haveria mais mortes e de personagens importantes. Não vou dizer quem morre, claro está, mas não foi quem eu estava à espera.
No meio de 609 páginas, descobrem-se segredos antigos, resolvem-se mistérios deixados em aberto e incute-se de novo a ideia (demasiado gasta, na minha opinião) de que o amor é uma grande arma (pelo menos no mundo da magia).
Dos comentários que entretanto li, e que apontam a falta de descrição do futuro de determinadas personagens queridas a alguns leitores, é claro que gostaria de saber o seu futuro, mas temos de compreender que a autora sempre utilizou um método de focalização através da personagem principal, ou seja, o leitor vê através dos olhos de Harry Potter e só sabe aquilo que a própria personagem sabe, lhe é dito ou as sensações que experimenta ao longo das páginas. Sinceramente, gosto desta forma de escrever, já que nos põe, até certo ponto, na pele do próprio Harry Potter, descobrindo segredos com ele, resolvendo mistérios à medida que ele o faz e mergulhando nos pensamentos das outras personagens quando tal lhe é permitido.
Uma nota final sobre a personagem Severus Snape que nos consegue surpreender até (quase) ao último capítulo e que considero uma das personagens mais bem desenvolvidas ao longo de toda a saga (apesar de não gostar dele).
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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

The Simpsons

Pois que fui ver o filme. Pois que não trouxe nada de novo, para além de um namorado para a Lisa. É mais do mesmo e, apesar de algumas gargalhadas fugidias, não me encheu as medidas...
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terça-feira, 24 de julho de 2007

Diva!!!!!

Na melhor das suas intenções, uma das minhas grandes amigas resolveu dar-me um "five" no conhecidíssimo "Hi5". Mal ela sabia que estaria a causar um dos maiores acessos de riso que riso que tive nos últimos tempos...
Pois que, na mente dela, eu sou, nada mais nada menos, do que uma diva!!! É claro que me imaginei logo vestida de Celine Dion e a cantar o "My Heart Will Go On" na minha voz de cana extra-rachada. O riso tornou-se então incontrolável e até devo ter assustado algum vizinho menos precavido, tais eram os décibeis da coisa.
Ao partilhar essa imagem com ela, a coisa ainda piorou mais, já o que o levou a dar-me aquele "five" foi a seguinte conotação de diva: deidade, divindade, mulher divina, mulher formosa. Foi aí que a casa quase tremeu, é que de divindade tenho muito pouco, caso não tenham já reparado e de mulher formosa, só se fosse no século XIV...
Mas pronto, epíteto aceite:)

Os Condenados

A coisa até parecia interessante, apesar de a ideia já ter teias de aranha.
Uma equipa de produções televisivas "recruta" dez assassinos dos corredores da morte espalhados por todo o mundo com o objectivo de os colocar numa ilha em que terão de se matar uns aos outros para que o último possa ganhar a liberdade.
A verdade é que, ao longo das quase duas horas que o filme tem, a coisa torna-se cansativa, monótona e perde todo o interesse (exceptuando talvez para uma senhora que estava à minha frente e que se fartou de soluçar em determinada cena - a única explicação que encontro para tal é que tenha recebido uma má notícia por sms...)
Muitas explosões, um assassino que afinal não é assassino mas que afinal acaba por matar toda a gente e a moral da história: as pessoas que consomem a violência são mais culpados do que aqueles que a promovem. Fraco, muito fraco.
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sábado, 21 de julho de 2007

Amarguras

Sou muitas vezes amarga, seca e fria. Por vezes com quem não o merece. Sou respondona, impertinente e indiferente.
Pergunto-me muitas vezes porque sou assim e porque não serei uma gaja afável, carinhosa e mimosa como tanta gente que por aí há. A resposta que encontro é frequentemente a mesma: porque já saí magoada de algumas situações em que dei o melhor de mim mesma e, por norma, refugio-me num manto de amargura, revestido a espinhos que afastam qualquer alma sem armadura.
Tenho plena consciência de que sou uma gaja complicada, com um feitiozinho lixado, cheia de macaquinhos na cabeça (e não no nariz) e que nem toda a gente está para me aturar. Por isso, tenho em grande consideração e num lugar muito especial do meu coração, todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, me aturam e me aturaram ao longo da vida, nos momentos bons e nos menos bons, nas alegrias e nas crises, aqueles que lá estão sempre que preciso de debitar palavras, aqueles que me atendem o telefone porque "pode ser importante" e não são adeptos do "se for importante volta a ligar". Obrigada pelas orelhas!
Havia alguém que me dizia: "Tento sempre dar em dobro daquilo que recebo". Eu dei-lhe o que tinha de melhor e recebi um belo pontapé no traseiro. O dobro que recebi foi baseado na minha parte fria, certamente. Certo, certo é que a minha ironia, o meu sarcasmo, as minhas más respostas rejuvenescem sempre que penso nisso e sempre que me vejo obrigada a lidar com a situação. Sinto-me amargurada e azeda. Sou mais uma das irmãs da Cinderela do que a protagonista da história, até na parte do sapatinho que não lhes serve por terem o pé demasiado grande...
Alguém sabe qual foi o fim reservado a essas duas personagens? A história só fala do "E viveram felizes para sempre" da Cinderela e do seu príncipe. Que terá acontecido às outras duas? Passaram a lavar escadas, casaram com o cocheiro ou viveram sozinhas para sempre?

Harry Potter and the Deathly Hallows

Pois que já cá canta...
Às 00h00 lá estava eu na Fnac do Colombo, numa fila interminável para o tão aguardado final da saga e já o tenho, aqui bem juntinho a mim para não se perder e não se sentir sozinho. Nos próximos dias vai ser ver-me agarradinha a ele para não me fugir nem perder pitada.
Mas estou decepcionada: as 1.200 página de que se falavam não passam de uma miragem. Em 607 páginas se resolve o assunto... Além disso, o tamanho do livro é mais pequeno do que os outros (vai ficar mal na estante...)
Não fui entrevistada e trouxe para casa um saco (que usarei nas idas à praia), além de que fiz amiguinhos na fila de espera:)
Pronto, agora é ler para ver!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A importância do "H" na não menos importante palavra "Há"

Há coisas que me irritam. Há coisas que me irritam ligeiramente, há coisas que me irritam mais ou menos e há coisas que me irritam terminantemente.
Ora, se me irritam, quer dizer que existem e, se existem, o "há" é um verbo e vem do verbo "haver", sinónimo de "existir". É essa a regra de ouro para o uso desta pequena palavrinha de tão grande importância. Nela se encerra toda uma existência e, apesar de pequena, é provavelmente responsável por cerca de 40% (só esta única palavra!!!) de todos os erros ortográficos dados em Portugal. O facto é que mesmo as pessoas que escrevem relativamente bem e sem erros tropeçam, muitas vezes neste pequeno calcanhar do português. E é quem nem é difícil evitá-lo. Basta pensar dois segundos. Existe? Se existe, é há!
Deparo-me muitas vezes com coisas pavorosas como "à pouco", "à dois anos", "à bocado". Quando as vejo, todas as minhas entranhas se revoltam. Tudo isto existe, portanto? "Há!"
Vá lá, meus amigos, dois segundos de atenção ao escrever o próximo "à" e verão como tudo se tornará bem mais simples...
Ah (também aqui o "h" é importante, mas apenas para mostrar a interjeição, bem diferente do verbo na terceira pessoa do singular), isto faz parte das coisas que me irritam terminantemente!
Boas escritas!

Palavras que me enchem a boca #1

Inicio aqui uma rubrica com as palavras de que gosto. Algumas uso frequentemente, outras nem por isso, mas gosto de todas com igual fervor:

Assaz
Deprimente
Mordaz
Pavoroso
Ridículo

Outras virão, à medida que me for lembrando delas:)

À Prova de Morte

Eu achava que não gostava de Tarantino. Isto até à segunda parte de Kill Bill, porque na primeira continuei com a minha ideia de não gostar do senhor e foi só na junção das duas partes que "acordei" para o fenómeno quentiniano.
Hoje, tendo acabado de ver o recém-estreado "À Prova de Morte", estou em condições de afirmar que, afinal, até gosto e bastante do estilo dele. Com uma história mirabulesca e cenas de grande violência sempre com o seu toque humorístico a que já nos vem habituando, este novo filme retrata a história de um assassino maníaco-compulsivo que acaba por ser vítima do seu próprio jogo. Primando pela intensidade das cores que contrastam com todo um trecho a preto e branco que marca o virar da história, pela brutalidade de certas imagens e pela adrenalina que as personagens demonstram, o filme é, sem dúvida, mais um marco na carreira deste realizador.
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quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Choro

Há dias em que me apetece chorar. Sem razão aparente, sem justificações, sem motivos. Apetece-me chorar e isso basta. As lágrimas rolam duas a duas pelas minhas bochechas, detendo-se na curva dos lábios, deslizando até ao busto.
Um filme, um livro, umas palavras, algo que leio, desencadeia um turbilhar de emoções, um nó na garganta, uma sensação de pequenez, uma vontade de ser abraçada, acariciada, de ver as minhas lágrimas silenciadas com beijos.
O choro não é uma coisa má, eu não acho. Permite que liberte as minhas mágoas, as minhas tristezas, as minhas amarguras, as minhas desilusões. Tal como as palavras, é algo que tem de sair para não me corroer no interior. Chorar faz-me bem, apesar das enxaquecas que daí advêm. Alivia-me e mostra-me que ainda estou viva, que ainda tenho sentimentos, ao contrário da pedra fria que tanta gente julga que sou.
Gosto de chorar sozinha, não à frente dos outros. Sinto-me sempre patega e estúpida quando choro à frente de outras pessoas, fraca e mimada. É na solidão que me saem as melhores lágrimas, assim como as melhores letras.
Hoje é um desses dias...

domingo, 15 de julho de 2007

Peddy-Paper dos Castelos

Pois que hoje estou de rastos...
Na minha vontade de querer participar em tudo o que envolva dois neurónios e algum exercício, bem como destreza e rapidez de raciocínio, lá arrastei comigo alguns amigos para um peddy-paper nocturno que decorreu ontem entre o Castelo de Palmela e a Fortaleza de S.Filipe, em Setúbal.
O ânimo era grande e mal sabia eu o que me esperava. É que o dito peddy-paper assemelhava-se mais a uma prova de orientação do que a um peddy-paper. Sabíamos, à partida, que nos aguardavam 13 quilómetros por entre montes e vales e que havia equipas que o fariam a correr, mas ia na ideia de que teríamos mais desafios intelectuais a superar e não apenas uma corrida a bem da corrida.
Às 21H32 entregaram-nos o road book e o questionário e por ali partimos. Quando vejo o questionário, fico logo de pé atrás: 10 míseras perguntas e já está. Quanto ao road book, consistia em mapas desenhados com o caminho a percorrer. Nada de pistas a decifrar, apenas dez imagens colocadas nos postos de controlo para serem copiadas. E pronto, toca a andar, que para a frente é que é caminho. Muitas subidas, várias zonas de terreno irregular e muitas dores depois, eis-nos chegados a Setúbal, à Fortaleza de S. Filipe. Como recompensa, um saco com uma tshirt e um vinho de Palmela.
Resta dizer que ficámos em 23º lugar, num total de 32 equipas. Não foi mau, mas teria sido bem mais divertido se tivesse mais de peddy-paper e menos de corrida de orientação.
Doem-me os glúteos!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Harry Potter

Chegou, finalmente, um dos dias mais aguardados do mês de Julho (o outro será dia 21, com a publicação do sétimo e último livro da saga). Impossibilitada de estar na ante-estreia e na estreia às 00H10 de dia 12, foi às 18h45 que entrei na sala para assistir ao tão aguardado "Harry Potter e a Ordem da Fénix". A expectativa era grande depois do excelente trabalho que tem vindo a ser feito na adaptação cinematográfica dos últimos livros (os dois primeiros, assim como os próprios livros, são, na minha opinião, um pouco sem-saborões).
Ao contrário do que seria de esperar, sobretudo devido à hora da sessão, não havia muitas crianças na sala e esta não estava, de todo esgotada. Aliás, num pequeno aparte, eu não levaria um filho meu com menos de 10-12 anos a ver o Harry Potter, sobretudo estes três últimos filmes. Se a mim as figuras dos "dementors" a extrair a felicidade das pessoas me causam pesadelos, imagine-se a uma criança. Além disso, toda a cenografia criada para estes últimos filmes inspira um certo pavor a eu não acho que se deva sujeitar uma criança. Na minha opinião, estes filmes estão mais voltados na direcção de um público adulto do que de um público infantil, por mais que as personagens principais não passem de crianças... Mas isso é unicamente a minha opinião...
Quanto a este filme em si, não era assim que imaginara o "Winzengamot" (acho que o imaginara ligeiramente mais sombrio) nem a própria sala das profecias, mas adorei a arquitectura do ministério da magia.
Em pouco mais de duas horas de filme, quem leu o livro fica sempre com a impressão de que falta muita coisa (é esse o mal das adaptações cinematográficas), mas nele se ri, se chora e sai-se de lá de coração cheio pela qualidade da imagem, pela imaginação tornada realidade e pela esperança de que a feitiçaria boa possa, no final, destruir a maldade daquele-que-não-pode-ser-nomeado. Recomendo o filme e aguardo ansiosamente por dia 21...
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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Há algo mais romântico do que um homem dar tudo a uma mulher?

Parece que é assim que as mulheres da antiga URSS (e outras que por aí há) encaram as relações homem-mulher. Pergunto-me como será nas relações homossexuais, mas isso é um pequeno à parte.
Eu, pela minha parte, não me importo mesmo nada (até prefiro, em determinadas ocasiões) de dividir as despesas ou, em certas e determinadas situações, de ser eu a pagar. Não quero um homem que me dê tudo, mas sim um homem que me dê unicamente o que nele há de melhor: o seu coração e todo o seu amor. Não preciso de jóias, bombons nem flores (embora por vezes gostasse de recebê-las), preciso sim de atenção, carinho e muitos miminhos.
Quero um homem que chore e não tenha vergonha de admiti-lo, um homem que não tenha medo de revelar as suas fraquezas e, sobretudo, um homem que não se acanhe em demonstrar aquilo que sente.
Não quero tudo, quero apenas a verdade...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O Concerto Mais Pequeno do Mundo

Era este o título de uma das rubricas de uma das rádios de Lisboa, salvo erro da Comercial, que se propunha a fazer concertos com cerca de vinte pessoas no público.
Pois que no último sábado (dia 7 do 7 de 2007), dia das sete maravilhas, dia de 77.777 casamentos (ou muitos mais) espalhados por todo esse mundo, dia de um se(te)m número de eventos onde gostaria de ter marcado presença e não pude porque não tenho 7 cabeças, 77 olhos, 777 pernas nem 7.777 dedos, assisti, em Lagos, a um concerto que, apesar de ter bem mais de 20 pessoas no público, me pareceu merecedor deste epíteto.
Não sabendo bem como nem a que propósito, ao que parece por iniciativa do motoclube da terra do rei astronauta, fui informada, por uma amiga que se auto-declara a fã número 1 do senhor na nossa santa terrinha (sim, porque eu fui destuítida desse lugar há uns anos...) de que o grande Pedro Abrunhosa viria à cidade algarvia dia 7. Depois de alguma pesquisa e uns telefonemas, em posse de todos os dados, lá nos resolvemos a comprar os bilhetes com antecedência (não fossem os 2.500 lugares do auditório esgotar-se e nós termos de ficar a ver o Pedro através das grades).
No próprio dia e depois de umas aventuras para conseguir estacionar (o que nos levaria a pensar num recinto a abarrotar, ou pelo menos, bem composto), lá encontrámos o auditório, que é assim tipo anfiteatro romano, em meio círculo e aberto. Só um terço do espaço se encontrava ocupado e, mesmo esse, muito largamente. Foi uma sensação um tanto quanto estranha, ver um espectáculo com tão pouca gente.
O concerto começou precisamente ao contrário dos concertos a que estava habituada a assistir, com o Pedro sozinho ao piano, a tocar as músicas mais calmas, sendo que o famoso "Tudo o que eu te dou" foi logo a segunda música. Só depois é que os bandemónios entraram, com duas novas contratações, no baixo e na bateria, e os impagáveis Cláudio Souto, Edgar Caramelo e João André. Com alguns problemas técnicos pelo caminho, o concerto lá decorreu, com o Pedro a falar muito e a contar histórias pessoais, um pouco diferente dos concertos dele a que estou habituada.
Mas para a minha amiga e para mim, o melhor ficou guardado para o fim. Com um concerto tão intimista como aquele, impunha-se uma visita aos bastidores... Lá fomos e depois de alguns autógrafos e dois dedos de conversa, lá chegou o momento das fotografias que ficam para a posteridade, assim como as nossas belas t-shirts: "De costas voltadas, não se vê o futuro"!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Os contactos e a falta deles

Eu gosto de falar!!! Seja cara a cara, no msn ou ao telefone. Tenho aquele pequeno bichinho dentro de mim que me impede de estar calada durante muito tempo e me corrói as entranhas lentamente até conseguir abrir a boca e dizer o que me vai na alma. Foi em parte por esse motivo que me resolvi a criar este espaço, debitando para aqui o que as pessoas por vezes não têm paciência para ouvir.
E, quando falo, gosto que as pessoas me ouçam, leiam, seja o que for, com um mínimo de interesse (pronto, se calhar estou a pedir demasiado e não posso exigir que as pessoas estejam sempre desocupadas, já que eu própria também estou pelos cabelos nalgumas ocasiões).
Pronto, reconheço que muitas vezes ligo às pessoas para não lhes dizer nada em concreto, apenas para ter com quem falar durante alguns minutos e que essas pessoas têm mais do que fazer do que aturar uma gaja que só quer debitar palavras, evitando assim a corrosão interna por elas provocada caso não sejam expelidas... E sei que, nos meus contactos, há imensa gente adepta do lema "se for importante, volta a ligar". A questão que se põe é: e se for importante naquele momento? Se aquela chamada não foi apenas para debitar letras e palavras, mas sim um pedido de socorro num momento de grande corrosão? Acho que é por pensar assim que devolvo sempre as minhas chamadas não atendidas, por mais estranho que o número me pareça. Então se for de um amigo, mesmo que não tenha dinheiro para grandes conversas, um toque mostrará que já estou disponível para a troca de letras e palavras.
O mesmo se passa no msn, nos e-mails e nas sms. Uma resposta, por mais curta que seja, mostra que a outra pessoa é importante para nós (exceptuando, claro está, os benditos forwards, para os quais não tenho a menor paciência e que nunca perpetuo...).
Outra coisa bem distinta de tudo o acima descrito, é a diferenciação no tratamento com alguém como forma de marcar um determinado tipo de distanciamento, fruto de alguma nova situação que poderá até ser desconhecida para um dos intervenientes. Não sou perfeita e também já o fiz conscientemente, mas acredito que um "não me apetece falar contigo", "deixa-me em paz", "olha, tás a ficar chata", "pára de me azucrinar o juízo" tem um efeito mais eficaz e eu aprecio mais. É que se não mo disserem, nunca saberei se não falam comigo porque estão ocupados, porque não me querem aturar ou porque simplesmente não lhes apetece falar com ninguém... (e isso, parecendo que não, tira-me o sono e deixa-me em baixo)
Nos convites, a coisa segue basicamente a mesma regra. Quando convido alguém para alguma coisa e a pessoa não está interessada em aceitar qualquer que seja o tipo de convite (cinema, café, teatro, praia, chá, gelado, passeio à beira rio, bisbilhotice numa esplanada, ...) apresentando sempre uma justificação para não o aceitar, prefiro um "não me apetece sair contigo" a um "hoje não dá, mas fica para outro dia". A razão é simples: se me dão a segunda resposta, isso leva a que eu volte a convidar, e de novo receba uma nega, outra justificação diferente. Cada pessoa tem o seu número limite de recusas a convites e, apesar de o meu ser um tanto quanto elevado, chego a uma altura em que desisto e penso: "és uma merda, nem para um café serves". Acaba com a auto-estima de qualquer elefante azul!
Se calhar devia entregar este comunicado a todos os conhecidos, actuais, passados e futuros. Sobretudo aos futuros, do tipo: "olha, lê isto, eu sou assim, livra-te de não me dizeres uma dura verdade, mascarando-a com uma mentira complacente. No momento em que te fartares de mim, diz-me, não desapareças simplesmente como todos os outros..."

segunda-feira, 2 de julho de 2007

"Eu só quero mesmo é ser especial para mim"

Acabei de ler estas palavras numa das minhas janelas do msn...

Mas que grande asserção de egocentrismo! É o célebre "se eu não gostar de mim, quem gostará?" levado ao extremo. O puro girar do mundo à volta de si mesmo, diria eu.

Chamem-me parva, romântica, iludida, mas eu quero ser especial para os outros, e quero que o outro seja especial para mim. Quero criar uma relação "especial" com aqueles de quem gosto, com aqueles com quem me sinto bem, com aqueles que me fazem rir, com aqueles que acolhem as minhas lágrimas. Quero sentir-me especial não para mim, porque de mim não posso fugir, mas para o outro que não quer fugir de mim.

domingo, 1 de julho de 2007

Fim-de-semana

Ao contrário da maioria das pessoas, eu acho os fins-de-semana deprimentes. Durante a semana ando mais ocupada, faço isto, resolvo aquilo, tenho as horas marcadas, os minutos contados, os segundos congestionados. Chega o fim-de-semana e apodera-se de mim uma sensação de vazio, uma grandiosa melancolia, uma vontade de de nada fazer e, ao mesmo tempo, de ter com quem fazer algo.
Apetece-me sair de casa, apanhar ar, ir ao cinema, ir à praia, andar à beira rio, sentar-me numa esplanada a apanhar o sol do final de dia, conversar durante horas, ouvir o barulho das pessoas. No segundo seguinte, tudo isso desaparece e não me apetece sair de casa, aborrece-me ir ao cinema sozinha porque ao fim-de-semana são raros os solitários nas salas, não me apetece apanhar quase duas horas de transportes para lá, mais duas horas para cá para estar uma hora na praia agarrada a um livro e ir ao banho sozinha, enerva-me andar sozinha junto ao rio porque gostava de conversar com alguém...
Os fins-de-semana são os piores inimigos dos solitários. Quem trabalha de segunda a sexta vê o fim-de-semana como o oásis no meio do deserto (acho que também o via assim), mas o facto é que quando o fim-de-semana não encerra em si qualquer motivo para que o desejemos, este se torna monótono, intragável e ansiamos por que acabe rapidamente.
A própria programação televisiva ao fim-de-semana é pavorosa. Não há quem aguente filmes deprimentes toda a tarde e que, ainda por cima, se repetem constantemente. Dá vontade de fugir para bem longe, para o planeta onde os fins-de-semana não existem, ou de adormecer na sexta à noite e acordar na segunda de manhã...
Precisam-se urgentemente de motivos para amar os fins-de-semana!

Palavras a mais...

Às vezes, receamos que as nossas palavras sejam exageradas e, olhando para trás, perguntamo-nos por que razão dissemos esta ou aquela palavra, esta ou aquela frase.

Comigo, isso acontece frequentemente. Digo muitas vezes a primeira coisa que me vem à cabeça, só depois me apercebendo de que nem tudo o que digo é recebido pelo outro no mesmo contexto e por ele apreendido com o mesmo significado que eu lhe atribuí.

O mesmo se passa com as letras. Há pessoas que, como eu, amam as letras e quantas mais melhor. O poder de síntese é reduzido e a vontade de escrever, falar, comentar, debitar, é imensa. Verdade é que nem todos o recebem da mesma forma e o entendem com esta ligeireza de espírito. Um grande texto, uma palavra a mais, por vezes uma simples letra, pode dar início ao maior dos desacordos.

Eu gosto de letras, de palavras, de grandes textos e de boas conversas.
Assim me apresento e dou início a este meu pequeno espaço onde passarei a dizer o que me vier à cabeça...