segunda-feira, 9 de julho de 2007

O Concerto Mais Pequeno do Mundo

Era este o título de uma das rubricas de uma das rádios de Lisboa, salvo erro da Comercial, que se propunha a fazer concertos com cerca de vinte pessoas no público.
Pois que no último sábado (dia 7 do 7 de 2007), dia das sete maravilhas, dia de 77.777 casamentos (ou muitos mais) espalhados por todo esse mundo, dia de um se(te)m número de eventos onde gostaria de ter marcado presença e não pude porque não tenho 7 cabeças, 77 olhos, 777 pernas nem 7.777 dedos, assisti, em Lagos, a um concerto que, apesar de ter bem mais de 20 pessoas no público, me pareceu merecedor deste epíteto.
Não sabendo bem como nem a que propósito, ao que parece por iniciativa do motoclube da terra do rei astronauta, fui informada, por uma amiga que se auto-declara a fã número 1 do senhor na nossa santa terrinha (sim, porque eu fui destuítida desse lugar há uns anos...) de que o grande Pedro Abrunhosa viria à cidade algarvia dia 7. Depois de alguma pesquisa e uns telefonemas, em posse de todos os dados, lá nos resolvemos a comprar os bilhetes com antecedência (não fossem os 2.500 lugares do auditório esgotar-se e nós termos de ficar a ver o Pedro através das grades).
No próprio dia e depois de umas aventuras para conseguir estacionar (o que nos levaria a pensar num recinto a abarrotar, ou pelo menos, bem composto), lá encontrámos o auditório, que é assim tipo anfiteatro romano, em meio círculo e aberto. Só um terço do espaço se encontrava ocupado e, mesmo esse, muito largamente. Foi uma sensação um tanto quanto estranha, ver um espectáculo com tão pouca gente.
O concerto começou precisamente ao contrário dos concertos a que estava habituada a assistir, com o Pedro sozinho ao piano, a tocar as músicas mais calmas, sendo que o famoso "Tudo o que eu te dou" foi logo a segunda música. Só depois é que os bandemónios entraram, com duas novas contratações, no baixo e na bateria, e os impagáveis Cláudio Souto, Edgar Caramelo e João André. Com alguns problemas técnicos pelo caminho, o concerto lá decorreu, com o Pedro a falar muito e a contar histórias pessoais, um pouco diferente dos concertos dele a que estou habituada.
Mas para a minha amiga e para mim, o melhor ficou guardado para o fim. Com um concerto tão intimista como aquele, impunha-se uma visita aos bastidores... Lá fomos e depois de alguns autógrafos e dois dedos de conversa, lá chegou o momento das fotografias que ficam para a posteridade, assim como as nossas belas t-shirts: "De costas voltadas, não se vê o futuro"!

2 comentários:

cris disse...

Amiga! Adorei esta tua descrição. Realmente não eram 20 pessoas mas a sensação era essa. Passei quase todo o tempo a interrogar-me sobre a situação insólita, o que não me impediu (nem de longe) de apreciar o concerto. A parte final de bastidores realmente superou todas as expectativas e acho sinceramente que algo tomou conta de mim, nunca pensei conseguir falar, e tanto...
Até se queixaram que não deixei espaço para mais ninguém! Lool!

MaD disse...

Benvinda à blogosfera.
Só hoje descobri o seu "Letras a mais" e gostei das letras todas, e das palavras, e da maneira de escrever.
Voltarei.
Felicidades.