quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Choro

Há dias em que me apetece chorar. Sem razão aparente, sem justificações, sem motivos. Apetece-me chorar e isso basta. As lágrimas rolam duas a duas pelas minhas bochechas, detendo-se na curva dos lábios, deslizando até ao busto.
Um filme, um livro, umas palavras, algo que leio, desencadeia um turbilhar de emoções, um nó na garganta, uma sensação de pequenez, uma vontade de ser abraçada, acariciada, de ver as minhas lágrimas silenciadas com beijos.
O choro não é uma coisa má, eu não acho. Permite que liberte as minhas mágoas, as minhas tristezas, as minhas amarguras, as minhas desilusões. Tal como as palavras, é algo que tem de sair para não me corroer no interior. Chorar faz-me bem, apesar das enxaquecas que daí advêm. Alivia-me e mostra-me que ainda estou viva, que ainda tenho sentimentos, ao contrário da pedra fria que tanta gente julga que sou.
Gosto de chorar sozinha, não à frente dos outros. Sinto-me sempre patega e estúpida quando choro à frente de outras pessoas, fraca e mimada. É na solidão que me saem as melhores lágrimas, assim como as melhores letras.
Hoje é um desses dias...

1 comentário:

cris disse...

Não sei onde foste buscar essa da "pedra fria"! Quem te conhece realmente nunca pensaria assim. Todos temos dias menos bons, em que sem motivo aparente nos apetece chorar. Os seres humanos são assim. Concordo que os miminhos nos fazem bem!