domingo, 1 de julho de 2007

Fim-de-semana

Ao contrário da maioria das pessoas, eu acho os fins-de-semana deprimentes. Durante a semana ando mais ocupada, faço isto, resolvo aquilo, tenho as horas marcadas, os minutos contados, os segundos congestionados. Chega o fim-de-semana e apodera-se de mim uma sensação de vazio, uma grandiosa melancolia, uma vontade de de nada fazer e, ao mesmo tempo, de ter com quem fazer algo.
Apetece-me sair de casa, apanhar ar, ir ao cinema, ir à praia, andar à beira rio, sentar-me numa esplanada a apanhar o sol do final de dia, conversar durante horas, ouvir o barulho das pessoas. No segundo seguinte, tudo isso desaparece e não me apetece sair de casa, aborrece-me ir ao cinema sozinha porque ao fim-de-semana são raros os solitários nas salas, não me apetece apanhar quase duas horas de transportes para lá, mais duas horas para cá para estar uma hora na praia agarrada a um livro e ir ao banho sozinha, enerva-me andar sozinha junto ao rio porque gostava de conversar com alguém...
Os fins-de-semana são os piores inimigos dos solitários. Quem trabalha de segunda a sexta vê o fim-de-semana como o oásis no meio do deserto (acho que também o via assim), mas o facto é que quando o fim-de-semana não encerra em si qualquer motivo para que o desejemos, este se torna monótono, intragável e ansiamos por que acabe rapidamente.
A própria programação televisiva ao fim-de-semana é pavorosa. Não há quem aguente filmes deprimentes toda a tarde e que, ainda por cima, se repetem constantemente. Dá vontade de fugir para bem longe, para o planeta onde os fins-de-semana não existem, ou de adormecer na sexta à noite e acordar na segunda de manhã...
Precisam-se urgentemente de motivos para amar os fins-de-semana!

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