terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Expiação

Nomeado para vários Oscares da Academia e um sem-fim de Globos de Ouro, Expiação prometia ser o ponto alto em termos de cinema do mês de Janeiro. E o verbo foi usado no tempo correcto. Prometia. Na minha opinião, promete mais do que dá.

Promete-nos uma história de amor pujante, de arrancar lágrimas às pedras da calçada e o que nos dá nada mais é do que uma história girita, contada de uma maneira original, com flashbacks e flahsforwards que conferem uma lufada de ar fresco à própria narrativa, mas que se arrasta durante demasiado tempo e que não provoca no espectador aquele efeito catártico e purgante de um Titanic. Pois que o efeito purgante só se evidenciou, e ao de leve, nos momentos finais, dignos de um epílogo, provocados pela personagem da brilhante Vanessa Redgrave.

Mas nem tudo é mau. Aliás, não fosse a expectativa criada pelas nomeações e pelas imagens vistas de antemão e a antecipação de momentos de verdadeira "expiação molhada", até poderia avaliar o filme de outra forma, mas enfim...
Para além da sequência narrativa, de que gostei muito, também a música é divinal. Num crescendo de suspense, acompanha os passos e as acções das personagens, conferindo às imagens uma dimensão audível e muito bem conseguida, na minha opinião. Keira Knightly está bem, mas a sua prestação não me parece digna de um prémio. Já Saoirse Ronan (a actriz que interpreta a jovem Briony) levaria para casa o Oscar de Melhor Actriz Secundária, se fosse eu a mandar na Academia...

Enfim, é tudo uma questão de expiação e catarse (ou a falta dela)...
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