terça-feira, 24 de julho de 2007

Diva!!!!!

Na melhor das suas intenções, uma das minhas grandes amigas resolveu dar-me um "five" no conhecidíssimo "Hi5". Mal ela sabia que estaria a causar um dos maiores acessos de riso que riso que tive nos últimos tempos...
Pois que, na mente dela, eu sou, nada mais nada menos, do que uma diva!!! É claro que me imaginei logo vestida de Celine Dion e a cantar o "My Heart Will Go On" na minha voz de cana extra-rachada. O riso tornou-se então incontrolável e até devo ter assustado algum vizinho menos precavido, tais eram os décibeis da coisa.
Ao partilhar essa imagem com ela, a coisa ainda piorou mais, já o que o levou a dar-me aquele "five" foi a seguinte conotação de diva: deidade, divindade, mulher divina, mulher formosa. Foi aí que a casa quase tremeu, é que de divindade tenho muito pouco, caso não tenham já reparado e de mulher formosa, só se fosse no século XIV...
Mas pronto, epíteto aceite:)

Os Condenados

A coisa até parecia interessante, apesar de a ideia já ter teias de aranha.
Uma equipa de produções televisivas "recruta" dez assassinos dos corredores da morte espalhados por todo o mundo com o objectivo de os colocar numa ilha em que terão de se matar uns aos outros para que o último possa ganhar a liberdade.
A verdade é que, ao longo das quase duas horas que o filme tem, a coisa torna-se cansativa, monótona e perde todo o interesse (exceptuando talvez para uma senhora que estava à minha frente e que se fartou de soluçar em determinada cena - a única explicação que encontro para tal é que tenha recebido uma má notícia por sms...)
Muitas explosões, um assassino que afinal não é assassino mas que afinal acaba por matar toda a gente e a moral da história: as pessoas que consomem a violência são mais culpados do que aqueles que a promovem. Fraco, muito fraco.
*

sábado, 21 de julho de 2007

Amarguras

Sou muitas vezes amarga, seca e fria. Por vezes com quem não o merece. Sou respondona, impertinente e indiferente.
Pergunto-me muitas vezes porque sou assim e porque não serei uma gaja afável, carinhosa e mimosa como tanta gente que por aí há. A resposta que encontro é frequentemente a mesma: porque já saí magoada de algumas situações em que dei o melhor de mim mesma e, por norma, refugio-me num manto de amargura, revestido a espinhos que afastam qualquer alma sem armadura.
Tenho plena consciência de que sou uma gaja complicada, com um feitiozinho lixado, cheia de macaquinhos na cabeça (e não no nariz) e que nem toda a gente está para me aturar. Por isso, tenho em grande consideração e num lugar muito especial do meu coração, todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, me aturam e me aturaram ao longo da vida, nos momentos bons e nos menos bons, nas alegrias e nas crises, aqueles que lá estão sempre que preciso de debitar palavras, aqueles que me atendem o telefone porque "pode ser importante" e não são adeptos do "se for importante volta a ligar". Obrigada pelas orelhas!
Havia alguém que me dizia: "Tento sempre dar em dobro daquilo que recebo". Eu dei-lhe o que tinha de melhor e recebi um belo pontapé no traseiro. O dobro que recebi foi baseado na minha parte fria, certamente. Certo, certo é que a minha ironia, o meu sarcasmo, as minhas más respostas rejuvenescem sempre que penso nisso e sempre que me vejo obrigada a lidar com a situação. Sinto-me amargurada e azeda. Sou mais uma das irmãs da Cinderela do que a protagonista da história, até na parte do sapatinho que não lhes serve por terem o pé demasiado grande...
Alguém sabe qual foi o fim reservado a essas duas personagens? A história só fala do "E viveram felizes para sempre" da Cinderela e do seu príncipe. Que terá acontecido às outras duas? Passaram a lavar escadas, casaram com o cocheiro ou viveram sozinhas para sempre?

Harry Potter and the Deathly Hallows

Pois que já cá canta...
Às 00h00 lá estava eu na Fnac do Colombo, numa fila interminável para o tão aguardado final da saga e já o tenho, aqui bem juntinho a mim para não se perder e não se sentir sozinho. Nos próximos dias vai ser ver-me agarradinha a ele para não me fugir nem perder pitada.
Mas estou decepcionada: as 1.200 página de que se falavam não passam de uma miragem. Em 607 páginas se resolve o assunto... Além disso, o tamanho do livro é mais pequeno do que os outros (vai ficar mal na estante...)
Não fui entrevistada e trouxe para casa um saco (que usarei nas idas à praia), além de que fiz amiguinhos na fila de espera:)
Pronto, agora é ler para ver!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A importância do "H" na não menos importante palavra "Há"

Há coisas que me irritam. Há coisas que me irritam ligeiramente, há coisas que me irritam mais ou menos e há coisas que me irritam terminantemente.
Ora, se me irritam, quer dizer que existem e, se existem, o "há" é um verbo e vem do verbo "haver", sinónimo de "existir". É essa a regra de ouro para o uso desta pequena palavrinha de tão grande importância. Nela se encerra toda uma existência e, apesar de pequena, é provavelmente responsável por cerca de 40% (só esta única palavra!!!) de todos os erros ortográficos dados em Portugal. O facto é que mesmo as pessoas que escrevem relativamente bem e sem erros tropeçam, muitas vezes neste pequeno calcanhar do português. E é quem nem é difícil evitá-lo. Basta pensar dois segundos. Existe? Se existe, é há!
Deparo-me muitas vezes com coisas pavorosas como "à pouco", "à dois anos", "à bocado". Quando as vejo, todas as minhas entranhas se revoltam. Tudo isto existe, portanto? "Há!"
Vá lá, meus amigos, dois segundos de atenção ao escrever o próximo "à" e verão como tudo se tornará bem mais simples...
Ah (também aqui o "h" é importante, mas apenas para mostrar a interjeição, bem diferente do verbo na terceira pessoa do singular), isto faz parte das coisas que me irritam terminantemente!
Boas escritas!

Palavras que me enchem a boca #1

Inicio aqui uma rubrica com as palavras de que gosto. Algumas uso frequentemente, outras nem por isso, mas gosto de todas com igual fervor:

Assaz
Deprimente
Mordaz
Pavoroso
Ridículo

Outras virão, à medida que me for lembrando delas:)

À Prova de Morte

Eu achava que não gostava de Tarantino. Isto até à segunda parte de Kill Bill, porque na primeira continuei com a minha ideia de não gostar do senhor e foi só na junção das duas partes que "acordei" para o fenómeno quentiniano.
Hoje, tendo acabado de ver o recém-estreado "À Prova de Morte", estou em condições de afirmar que, afinal, até gosto e bastante do estilo dele. Com uma história mirabulesca e cenas de grande violência sempre com o seu toque humorístico a que já nos vem habituando, este novo filme retrata a história de um assassino maníaco-compulsivo que acaba por ser vítima do seu próprio jogo. Primando pela intensidade das cores que contrastam com todo um trecho a preto e branco que marca o virar da história, pela brutalidade de certas imagens e pela adrenalina que as personagens demonstram, o filme é, sem dúvida, mais um marco na carreira deste realizador.
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quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Choro

Há dias em que me apetece chorar. Sem razão aparente, sem justificações, sem motivos. Apetece-me chorar e isso basta. As lágrimas rolam duas a duas pelas minhas bochechas, detendo-se na curva dos lábios, deslizando até ao busto.
Um filme, um livro, umas palavras, algo que leio, desencadeia um turbilhar de emoções, um nó na garganta, uma sensação de pequenez, uma vontade de ser abraçada, acariciada, de ver as minhas lágrimas silenciadas com beijos.
O choro não é uma coisa má, eu não acho. Permite que liberte as minhas mágoas, as minhas tristezas, as minhas amarguras, as minhas desilusões. Tal como as palavras, é algo que tem de sair para não me corroer no interior. Chorar faz-me bem, apesar das enxaquecas que daí advêm. Alivia-me e mostra-me que ainda estou viva, que ainda tenho sentimentos, ao contrário da pedra fria que tanta gente julga que sou.
Gosto de chorar sozinha, não à frente dos outros. Sinto-me sempre patega e estúpida quando choro à frente de outras pessoas, fraca e mimada. É na solidão que me saem as melhores lágrimas, assim como as melhores letras.
Hoje é um desses dias...

domingo, 15 de julho de 2007

Peddy-Paper dos Castelos

Pois que hoje estou de rastos...
Na minha vontade de querer participar em tudo o que envolva dois neurónios e algum exercício, bem como destreza e rapidez de raciocínio, lá arrastei comigo alguns amigos para um peddy-paper nocturno que decorreu ontem entre o Castelo de Palmela e a Fortaleza de S.Filipe, em Setúbal.
O ânimo era grande e mal sabia eu o que me esperava. É que o dito peddy-paper assemelhava-se mais a uma prova de orientação do que a um peddy-paper. Sabíamos, à partida, que nos aguardavam 13 quilómetros por entre montes e vales e que havia equipas que o fariam a correr, mas ia na ideia de que teríamos mais desafios intelectuais a superar e não apenas uma corrida a bem da corrida.
Às 21H32 entregaram-nos o road book e o questionário e por ali partimos. Quando vejo o questionário, fico logo de pé atrás: 10 míseras perguntas e já está. Quanto ao road book, consistia em mapas desenhados com o caminho a percorrer. Nada de pistas a decifrar, apenas dez imagens colocadas nos postos de controlo para serem copiadas. E pronto, toca a andar, que para a frente é que é caminho. Muitas subidas, várias zonas de terreno irregular e muitas dores depois, eis-nos chegados a Setúbal, à Fortaleza de S. Filipe. Como recompensa, um saco com uma tshirt e um vinho de Palmela.
Resta dizer que ficámos em 23º lugar, num total de 32 equipas. Não foi mau, mas teria sido bem mais divertido se tivesse mais de peddy-paper e menos de corrida de orientação.
Doem-me os glúteos!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Harry Potter

Chegou, finalmente, um dos dias mais aguardados do mês de Julho (o outro será dia 21, com a publicação do sétimo e último livro da saga). Impossibilitada de estar na ante-estreia e na estreia às 00H10 de dia 12, foi às 18h45 que entrei na sala para assistir ao tão aguardado "Harry Potter e a Ordem da Fénix". A expectativa era grande depois do excelente trabalho que tem vindo a ser feito na adaptação cinematográfica dos últimos livros (os dois primeiros, assim como os próprios livros, são, na minha opinião, um pouco sem-saborões).
Ao contrário do que seria de esperar, sobretudo devido à hora da sessão, não havia muitas crianças na sala e esta não estava, de todo esgotada. Aliás, num pequeno aparte, eu não levaria um filho meu com menos de 10-12 anos a ver o Harry Potter, sobretudo estes três últimos filmes. Se a mim as figuras dos "dementors" a extrair a felicidade das pessoas me causam pesadelos, imagine-se a uma criança. Além disso, toda a cenografia criada para estes últimos filmes inspira um certo pavor a eu não acho que se deva sujeitar uma criança. Na minha opinião, estes filmes estão mais voltados na direcção de um público adulto do que de um público infantil, por mais que as personagens principais não passem de crianças... Mas isso é unicamente a minha opinião...
Quanto a este filme em si, não era assim que imaginara o "Winzengamot" (acho que o imaginara ligeiramente mais sombrio) nem a própria sala das profecias, mas adorei a arquitectura do ministério da magia.
Em pouco mais de duas horas de filme, quem leu o livro fica sempre com a impressão de que falta muita coisa (é esse o mal das adaptações cinematográficas), mas nele se ri, se chora e sai-se de lá de coração cheio pela qualidade da imagem, pela imaginação tornada realidade e pela esperança de que a feitiçaria boa possa, no final, destruir a maldade daquele-que-não-pode-ser-nomeado. Recomendo o filme e aguardo ansiosamente por dia 21...
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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Há algo mais romântico do que um homem dar tudo a uma mulher?

Parece que é assim que as mulheres da antiga URSS (e outras que por aí há) encaram as relações homem-mulher. Pergunto-me como será nas relações homossexuais, mas isso é um pequeno à parte.
Eu, pela minha parte, não me importo mesmo nada (até prefiro, em determinadas ocasiões) de dividir as despesas ou, em certas e determinadas situações, de ser eu a pagar. Não quero um homem que me dê tudo, mas sim um homem que me dê unicamente o que nele há de melhor: o seu coração e todo o seu amor. Não preciso de jóias, bombons nem flores (embora por vezes gostasse de recebê-las), preciso sim de atenção, carinho e muitos miminhos.
Quero um homem que chore e não tenha vergonha de admiti-lo, um homem que não tenha medo de revelar as suas fraquezas e, sobretudo, um homem que não se acanhe em demonstrar aquilo que sente.
Não quero tudo, quero apenas a verdade...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O Concerto Mais Pequeno do Mundo

Era este o título de uma das rubricas de uma das rádios de Lisboa, salvo erro da Comercial, que se propunha a fazer concertos com cerca de vinte pessoas no público.
Pois que no último sábado (dia 7 do 7 de 2007), dia das sete maravilhas, dia de 77.777 casamentos (ou muitos mais) espalhados por todo esse mundo, dia de um se(te)m número de eventos onde gostaria de ter marcado presença e não pude porque não tenho 7 cabeças, 77 olhos, 777 pernas nem 7.777 dedos, assisti, em Lagos, a um concerto que, apesar de ter bem mais de 20 pessoas no público, me pareceu merecedor deste epíteto.
Não sabendo bem como nem a que propósito, ao que parece por iniciativa do motoclube da terra do rei astronauta, fui informada, por uma amiga que se auto-declara a fã número 1 do senhor na nossa santa terrinha (sim, porque eu fui destuítida desse lugar há uns anos...) de que o grande Pedro Abrunhosa viria à cidade algarvia dia 7. Depois de alguma pesquisa e uns telefonemas, em posse de todos os dados, lá nos resolvemos a comprar os bilhetes com antecedência (não fossem os 2.500 lugares do auditório esgotar-se e nós termos de ficar a ver o Pedro através das grades).
No próprio dia e depois de umas aventuras para conseguir estacionar (o que nos levaria a pensar num recinto a abarrotar, ou pelo menos, bem composto), lá encontrámos o auditório, que é assim tipo anfiteatro romano, em meio círculo e aberto. Só um terço do espaço se encontrava ocupado e, mesmo esse, muito largamente. Foi uma sensação um tanto quanto estranha, ver um espectáculo com tão pouca gente.
O concerto começou precisamente ao contrário dos concertos a que estava habituada a assistir, com o Pedro sozinho ao piano, a tocar as músicas mais calmas, sendo que o famoso "Tudo o que eu te dou" foi logo a segunda música. Só depois é que os bandemónios entraram, com duas novas contratações, no baixo e na bateria, e os impagáveis Cláudio Souto, Edgar Caramelo e João André. Com alguns problemas técnicos pelo caminho, o concerto lá decorreu, com o Pedro a falar muito e a contar histórias pessoais, um pouco diferente dos concertos dele a que estou habituada.
Mas para a minha amiga e para mim, o melhor ficou guardado para o fim. Com um concerto tão intimista como aquele, impunha-se uma visita aos bastidores... Lá fomos e depois de alguns autógrafos e dois dedos de conversa, lá chegou o momento das fotografias que ficam para a posteridade, assim como as nossas belas t-shirts: "De costas voltadas, não se vê o futuro"!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Os contactos e a falta deles

Eu gosto de falar!!! Seja cara a cara, no msn ou ao telefone. Tenho aquele pequeno bichinho dentro de mim que me impede de estar calada durante muito tempo e me corrói as entranhas lentamente até conseguir abrir a boca e dizer o que me vai na alma. Foi em parte por esse motivo que me resolvi a criar este espaço, debitando para aqui o que as pessoas por vezes não têm paciência para ouvir.
E, quando falo, gosto que as pessoas me ouçam, leiam, seja o que for, com um mínimo de interesse (pronto, se calhar estou a pedir demasiado e não posso exigir que as pessoas estejam sempre desocupadas, já que eu própria também estou pelos cabelos nalgumas ocasiões).
Pronto, reconheço que muitas vezes ligo às pessoas para não lhes dizer nada em concreto, apenas para ter com quem falar durante alguns minutos e que essas pessoas têm mais do que fazer do que aturar uma gaja que só quer debitar palavras, evitando assim a corrosão interna por elas provocada caso não sejam expelidas... E sei que, nos meus contactos, há imensa gente adepta do lema "se for importante, volta a ligar". A questão que se põe é: e se for importante naquele momento? Se aquela chamada não foi apenas para debitar letras e palavras, mas sim um pedido de socorro num momento de grande corrosão? Acho que é por pensar assim que devolvo sempre as minhas chamadas não atendidas, por mais estranho que o número me pareça. Então se for de um amigo, mesmo que não tenha dinheiro para grandes conversas, um toque mostrará que já estou disponível para a troca de letras e palavras.
O mesmo se passa no msn, nos e-mails e nas sms. Uma resposta, por mais curta que seja, mostra que a outra pessoa é importante para nós (exceptuando, claro está, os benditos forwards, para os quais não tenho a menor paciência e que nunca perpetuo...).
Outra coisa bem distinta de tudo o acima descrito, é a diferenciação no tratamento com alguém como forma de marcar um determinado tipo de distanciamento, fruto de alguma nova situação que poderá até ser desconhecida para um dos intervenientes. Não sou perfeita e também já o fiz conscientemente, mas acredito que um "não me apetece falar contigo", "deixa-me em paz", "olha, tás a ficar chata", "pára de me azucrinar o juízo" tem um efeito mais eficaz e eu aprecio mais. É que se não mo disserem, nunca saberei se não falam comigo porque estão ocupados, porque não me querem aturar ou porque simplesmente não lhes apetece falar com ninguém... (e isso, parecendo que não, tira-me o sono e deixa-me em baixo)
Nos convites, a coisa segue basicamente a mesma regra. Quando convido alguém para alguma coisa e a pessoa não está interessada em aceitar qualquer que seja o tipo de convite (cinema, café, teatro, praia, chá, gelado, passeio à beira rio, bisbilhotice numa esplanada, ...) apresentando sempre uma justificação para não o aceitar, prefiro um "não me apetece sair contigo" a um "hoje não dá, mas fica para outro dia". A razão é simples: se me dão a segunda resposta, isso leva a que eu volte a convidar, e de novo receba uma nega, outra justificação diferente. Cada pessoa tem o seu número limite de recusas a convites e, apesar de o meu ser um tanto quanto elevado, chego a uma altura em que desisto e penso: "és uma merda, nem para um café serves". Acaba com a auto-estima de qualquer elefante azul!
Se calhar devia entregar este comunicado a todos os conhecidos, actuais, passados e futuros. Sobretudo aos futuros, do tipo: "olha, lê isto, eu sou assim, livra-te de não me dizeres uma dura verdade, mascarando-a com uma mentira complacente. No momento em que te fartares de mim, diz-me, não desapareças simplesmente como todos os outros..."

segunda-feira, 2 de julho de 2007

"Eu só quero mesmo é ser especial para mim"

Acabei de ler estas palavras numa das minhas janelas do msn...

Mas que grande asserção de egocentrismo! É o célebre "se eu não gostar de mim, quem gostará?" levado ao extremo. O puro girar do mundo à volta de si mesmo, diria eu.

Chamem-me parva, romântica, iludida, mas eu quero ser especial para os outros, e quero que o outro seja especial para mim. Quero criar uma relação "especial" com aqueles de quem gosto, com aqueles com quem me sinto bem, com aqueles que me fazem rir, com aqueles que acolhem as minhas lágrimas. Quero sentir-me especial não para mim, porque de mim não posso fugir, mas para o outro que não quer fugir de mim.

domingo, 1 de julho de 2007

Fim-de-semana

Ao contrário da maioria das pessoas, eu acho os fins-de-semana deprimentes. Durante a semana ando mais ocupada, faço isto, resolvo aquilo, tenho as horas marcadas, os minutos contados, os segundos congestionados. Chega o fim-de-semana e apodera-se de mim uma sensação de vazio, uma grandiosa melancolia, uma vontade de de nada fazer e, ao mesmo tempo, de ter com quem fazer algo.
Apetece-me sair de casa, apanhar ar, ir ao cinema, ir à praia, andar à beira rio, sentar-me numa esplanada a apanhar o sol do final de dia, conversar durante horas, ouvir o barulho das pessoas. No segundo seguinte, tudo isso desaparece e não me apetece sair de casa, aborrece-me ir ao cinema sozinha porque ao fim-de-semana são raros os solitários nas salas, não me apetece apanhar quase duas horas de transportes para lá, mais duas horas para cá para estar uma hora na praia agarrada a um livro e ir ao banho sozinha, enerva-me andar sozinha junto ao rio porque gostava de conversar com alguém...
Os fins-de-semana são os piores inimigos dos solitários. Quem trabalha de segunda a sexta vê o fim-de-semana como o oásis no meio do deserto (acho que também o via assim), mas o facto é que quando o fim-de-semana não encerra em si qualquer motivo para que o desejemos, este se torna monótono, intragável e ansiamos por que acabe rapidamente.
A própria programação televisiva ao fim-de-semana é pavorosa. Não há quem aguente filmes deprimentes toda a tarde e que, ainda por cima, se repetem constantemente. Dá vontade de fugir para bem longe, para o planeta onde os fins-de-semana não existem, ou de adormecer na sexta à noite e acordar na segunda de manhã...
Precisam-se urgentemente de motivos para amar os fins-de-semana!

Palavras a mais...

Às vezes, receamos que as nossas palavras sejam exageradas e, olhando para trás, perguntamo-nos por que razão dissemos esta ou aquela palavra, esta ou aquela frase.

Comigo, isso acontece frequentemente. Digo muitas vezes a primeira coisa que me vem à cabeça, só depois me apercebendo de que nem tudo o que digo é recebido pelo outro no mesmo contexto e por ele apreendido com o mesmo significado que eu lhe atribuí.

O mesmo se passa com as letras. Há pessoas que, como eu, amam as letras e quantas mais melhor. O poder de síntese é reduzido e a vontade de escrever, falar, comentar, debitar, é imensa. Verdade é que nem todos o recebem da mesma forma e o entendem com esta ligeireza de espírito. Um grande texto, uma palavra a mais, por vezes uma simples letra, pode dar início ao maior dos desacordos.

Eu gosto de letras, de palavras, de grandes textos e de boas conversas.
Assim me apresento e dou início a este meu pequeno espaço onde passarei a dizer o que me vier à cabeça...